Ó eiras da minha aldeia,
onde o vento sopra amigo,
separando a palha do trigo,
e da cevada e da aveia.
Ó eiras da minha terra,
onde no pino do verão,
a luta p'lo ganha-pão,
muito sacrifício encerra.
Ó eiras onde o trigo ceifado,
com a foice malfadada,
espera a próxima eirada,
onda afinal é debulhado.
Ó eiras do trigo ceifado,
p'la foice que é odiada,
pela fascista cambada,
inimiga do proletariado.
Ó eiras onde no verão,
o rude campónio trabalha,
em proveito da canalha,
que depois lhe nega o pão.
Ó eiras da minha aldeia,
do Algarve p'ra mim distante,
eu,um português emigrante,
fui vítima da clerical alcateia.
Em Oeiras da beira-mar,
também se malhou o trigo,
aqui o burguês tem abrigo,
e o proletário tem azar.
Oeiras da beira-Tejo,
que foi terra do Conde,
aqui o burguês tem àvonde,
e tem fartura de sobejo.
Oeiras do Conde-Marquez,
que o Jesuitismo expulsou,
mas como o esclaracho medrou,
e já está abancado outra vez.
Da Seita Negra,seu apostolado,
é levar ao redil do Senhor,a Grei,
e hoje,com o nome de Opus Dei,
continua inimiga do proletariado.
Na Holanda onde sou imigrante,
o Liberalismo faz coligação,
com o evangelista demo-cristão,
seja êle católico ou protestante.
Eu aqui a talhe de foice,
com que é ceifado o trigo,
direi que o nosso inimigo,
é reguingão e dá coice.
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